Eduardo Dançando Forró. Fonte: iDance
Um grande amigo que, mesmo não querendo fazer algumas coisas, nunca deixava o outro na mão. Um cabra que me fez gostar ainda mais das músicas nordestinas e, quando estávamos juntos, cantávamos Safadão e o Safadão sempre errava as letras das músicas. Um amigo que nas minhas horas mais tristes ou alegres estava sempre presente, mesmo sem saber de minha situação. Parceiro que, mesmo só nós dois para jogar o “foda-se” (jogo de carta estilo truco) não perdemos a parceria e costume de toda semana.
Amigo que, mesmo se a semana estava sendo puxada, nunca se hesitava quando o chamava para tomar uma gelada. Forrozeiro nato, como um bom nordestino que estava sempre acompanhando pelas músicas. Comecei a leva-lo nos forrós de Curitiba e isso cada vez mais nos uniu. Lembro de vezes que ele não dançava pois só queria ouvir os músicos nordestinos que tinham seu mesmo sotaque.
Vou carregar sua reza comigo que ele fazia nos vários “foda-se” que jogávamos. Ele dizia: na segunda iremos plantar a cana, na terça iremos ver ela crescer, na quarta vamos colher a cana, para na quinta nós moer, na sexta preparamos a pinga, para no sábado nós beber. E, com certeza, iremos beber juntos, pois sei que onde estiver estará aqui conosco. Apesar de que, foram esses momentos que fizeram NÓS, e nós que sabemos a alegria que essa brincadeira nos dava. Unir pessoas de diferentes lugares que tinham algo em comum: a vontade ser feliz e buscar melhorar o mundo.
Lembrei que nesses momentos que todos se reuniam não tirávamos fotos ou fazíamos vídeos, pois todo nosso tempo era preenchido por felicidade e não sobrava tempo para pensar em mostrar para os outros. A não ser que fosse para alimentar a guerra de zoeiras que tínhamos travado um com o outro. Me arrependo de que no nosso último “foda-se” não filmamos a reza de cada um, pois, para mim esse era o momento que nos agradecíamos por estarmos juntos entre amigos. Você sempre estará aqui comigo e pode ter certeza que sempre falarei sobre você da mesma maneira de quando podia lhe ver. Meu amigo, olhe por nós, já sinto muito sua falta, até mais meu irmão.
Bruno Sales
Dança - FAP