Compreender um mundo onde tem diferenças socias, culturais, sexuais, entre outras, é bem fácil. Em contradição, o problema está em aceitar essas diferenças; principalmente, quando não somos e não estamos no centro da humanidade. Vivemos numa geração onde todos querem ser aceitos, mas muitos não querem aceitar. Esse paradoxo, por mais lógico que seja, é mais comum do que podemos imaginar. O problema torna-se ainda maior quando há uma discriminação de alguém, e consequentemente, uma exclusão.
A Psicologia, assim como outras faculdades, entende que a forma como uma criança ou um jovem vai se portar perante a sociedade depende de suas influências e de seus ensinos, que são formados a partir dos três anos de idade, segundo o que vêm e o que ouvem. Um jovem que se revolta com as diferenças de outra pessoa, provavelmente, com raras exceções, tem em seu currículo social e familiar casos de discriminação. Mas o que fazer quando a ignorância de uma pessoa despreparada para viver num meio social se depara com uma opinião ou um estilo de vida diferente do seu, inquietando-se e confrontando? Muitos dizem que tem-se que respeitar todas as opiniões, ou seja, não fazer nada; outros, sem terem noção do que dizem, afirmam que têm que convencer do "correto". A solução deste, está em aprender a conviver com as diferenças. Não somos obrigados a viver segundo uma opinião contrária a nossa, mas somos obrigados a viver em amor e respeito, independente do que pensamos ser correto.
A religião sem a ciência caminha erroneamente; a ciência sem a religião não tem um rumo a seguir; a filosofia sem a psicologia jamais teria descoberto o que passou na mente dos filósofos, e a psicologia sem a filosofia não questionaria e não buscaria pelos grandes mistérios da mente humana. Se uma faculdade não aceitasse e não ouvisse a outra, certamente, estaríamos extasiados no tempo, na informação e na tecnologia. Porque nós, seres humanos, não podemos aceitar o outro? Somos tão ignorantes a ponto de questionarmos, mas não esperarmos pelas respostas, nos adiantamos dizendo que tal pessoa não sabe o que diz, sem antes ouvirmos seus argumentos.
A arte do saber encontra-se quando paramos para aprender. Um jovem acadêmico que não tem tempo para refletir e buscar conhecimento do próprio ser, não terá a capacidade para respeitar e aceitar as diferenças dos outros. Pense bem; se isolar, romper, discriminar e excluir fossem a melhor opção, com toda certeza, aquele que foi e é conhecido como Salvador e Mestre, teria tido os piores apelidos, jamais seus escritos seriam discursados todos os dias, jamais o amor que Ele pregara seria tratado em grandes e pequenas reuniões. Este homem, ensinara que a maior virtude é viver e conviver com todos, sem ser igual a todos. Ele aceitou a todos, independentemente do que eram, ou do que faziam; Ele se importou com a essência e não com o que os olhos viam; para Ele, o que passava e habitava no intelecto e na memória era muito mais importante do que a imagem física de alguém. Cristo ensinou e viveu o amor de tal forma que temos medo de procurar saber e conhecer mais deste amor; medo que se dá pelo preconceito e discriminação, criados e alimentados na mente desta geração. Mas ainda há tempo de mudar nossa geração, e as gerações seguintes. Que acima de tudo esteja o amor, independente da raça, da cor, da opção sexual, do nível acadêmico; o amor tem que ser maior.
João Paulo Pintanelli
Teologia - FATADC