Ora, todos querem ser feliz e por que não? Cada geração é marcada por uma busca frenética de algo. No início do século XX, era a estabilidade, tanto financeira como familiar, já na década de 60 na revolução sexual, a libertação sexual teve total atenção.
Hoje, em pleno século XXI, temos vivido numa sociedade líquida, isto é, uma sociedade que não busca ter coisas permanentes, mas sim viver o momento. Marcada pelo consumismo, temos o hábito de aplicar o aspecto do consumismo econômico em todas as áreas da vida, tendemos a ter uma mentalidade consumista em nossos relacionamentos com nossos pais, amigos e com todos a nossa volta.
Olhamos para o que as pessoas têm para nos oferecer e quando temos o que queremos às descartarmos e vamos para outro objeto de consumo. Nisso temos a mentalidade consumista-líquida como força-guia de nossos dias.
Diante de tal situação, desejamos acima de tudo, ser feliz, mas o que isso realmente significa para nós? Ser feliz é, em um triste reducionismo, se sentir bem, daí a busca frenética por sentir. O sentimento tem sido o principal aliado na avaliação de se somos felizes ou não. Se nos “sentimos” bem, estamos/somos felizes. Aí se encontra um terrível engano, felicidade não tem a ver com sentimento, seu sentido é muito mais profundo que isso.
Para elucidar tal questão, gostaria de mostrar um conceito esquecido, mas não menos importante de felicidade. Felicidade para o antigo hebreu tinha uma conotação totalmente diferente da que temos hoje. Nas escrituras judaico-cristãs no salmo 128 vemos um conceito profundo e ao mesmo tempo simples de felicidade. Para o antigo hebreu, um homem bem aventurado ou feliz, nada mais era que um homem que teme ao Senhor, anda em seus caminhos, vive de seu trabalho e possui uma família. Segundo as escrituras, isso é o que é necessário para fazer um homem feliz, mesmo diante de nossos paradoxos e subversões modernas.
Que possamos buscar felicidade nas coisas profundas, mas simples da vida, num relacionamento com Deus, um devido cuidado a uma vida de trabalho e à família.
Nicksson Baracy
Filosofia - UFPR