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Lucas Daian Luiz Capra

Observador de Domingos


Eu nunca fui de dormir até tarde no domingo. Sempre acompanhava a inércia da semana. 8h, 8h e pouco e já estou de pé e de saco cheio de dormir.

Enquanto eu era morador da celu, o café da manhã fazia parte da rotina da maioria dos meus dias. De domingo tinha bolo, e nos tempos de ouro do Jorge tinha frios e frutas. Um baita incentivo pra levantar a tempo de desejar um "Boa noite" pro guardião que iria pro quarto pra dormir

de verdade.

A mordomia era limitada , 1 fatia disso, 1 fatia daquilo e um pedaço de bolo. Em 10 minutos o café estava tomado, mas antes que eu terminasse o último gole de chá (tão rotineiro quanto o café da manhã em si) eu observa o fluxo e permanência no recinto. Uma, duas, três levas de celuenses e eu lá, botando o papo em dia com quem queria participar. Falávamos de tudo, capa da veja, futebol, namoradas, namorados, faculdade, a celu, tiração de sarro, tudo. Vale lembrar que o papo rendia muita frese pro Gazua na época. Todas as vezes eu conhecia alguém mais a fundo, é esquisito dizer isso de uma pessoa que mora na sua casa.

Tinha os de sempre também, os presidentes não oficiais da mesa. Jean, Barreto (que atentava a todas as freses), Beny, Vagner, Carioca, Caian, Pastor Odair, Sirlon e outros. Tinha também o Jorge que se exautava, gritava e só faltava subir na mesa pra dizer "80% bixo..." e "Veja Capra!" kkkkkk.

11h - Logo mais tinha almoço, as vezes na casa, as vezes no tubas. Melhor eu achar alguém logo pra dividir um bife à cavalo. Algumas vezes eu não sentei feliz àquela mesa, mas nunca levantei de lá triste. Esse era meu ritual, meu culto de domingo. Mal posso esperar o próximo encontro

de ex-moradores pra viver isso denovo.

Lucas Capra

(morou na Celu de 2010 à 2014)

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